domingo, 14 de outubro de 2012

Sobre Humanos e Cavalos


Sobre Humanos e Cavalos

Hoje escreverei sobre o uso do cavalo na recuperação da coordenação motora de certos deficientes físicos: a equoterapia. Mas, antes vamos falar um pouco sobre a origem deste animal tão conhecido e que tantos benefícios têm trazido ao Homem, desde tempos remotos. Segundo estudos e pesquisas, o cavalo é um mamífero cuja evolução tem iniciado a cerca de sessenta milhões de anos, sendo que um ancestral seu originalmente habitava o norte da América e Europa, migrando depois para a Ásia e daí para outros continentes. Com a evolução foram ganhando tamanho e sofreram mudanças pelo corpo inteiro.

(Desenho: Gabriela Bardini)

Os cavalos vivem em torno de 25 a 30 anos e usam uma elaborada linguagem corporal para se comunicarem uns com os outros. Durante muito tempo tiveram um papel importante no transporte (tanto para montaria, quanto puxar carruagem) e também nos trabalhos agrícolas. Até meados do século XX, exércitos usavam os cavalos nas guerras. Por possuir quatro longas patas, também são perfeitamente adaptados a diversos esportes e jogos, como corrida, pólo e provas de equitação.

(Desenho: Gabriela Bardini)

Bom, falando sobre a equinoterapia, ela é uma tarefa multidisciplinar e envolve médicos, fisiatras, educadores, psicólogos, terapeutas ocupacionais e pediatras. Baseia-se no aproveitamento das qualidades naturais do cavalo para buscar a reabilitação integral do indivíduo, concebido como um ser psicossocial portador de uma ou múltiplas deficiências, ou seja, pacientes com amputações, distrofia muscular, lesões medulares, cegueira, surdez, autismo, síndrome de Down, transtornos emocionais, dependentes químicos, retardamento mental e uma dezena mais de patologias.  A equinoterapia integra harmonicamente saúde, educação e equitação. Suas origens são ancestrais e há cerca de 70 anos foi retomada de maneira sistemática no norte da Europa, enquanto os pioneiros na América são os brasileiros, que hoje contam com cerca de 200 centros.

(Desenho: Gabriela Bardini)

A equinoterapia traz vários benefícios, como a melhora no equilíbrio, na postura, no desenvolvimento e na coordenação de movimentos entre tronco, membros e visão, no estimulo da sensibilidade tátil, visual, auditiva e olfativa pelo ambiente e pelos trabalhos com o cavalo. Traz também o aumento da auto-estima, facilitando à integração social, a melhora da flexibilidade, a promoção do relaxamento, o estimulo do bom funcionamento dos órgãos internos. Ajuda a superar fobias, como a de altura, de animais, estimula a afetividade pelo contato com o animal, melhora a memória, concentração e seqüência de ações, motiva o aprendizado, encorajando o uso da linguagem. Ensina a importância de regras como a segurança e a disciplina, o aumento da capacidade de independência e de decisão em situações diversas. Promove a sensação de bem-estar, motivando a continuidade do tratamento, proporcionando fixação de conceitos: frente/trás, encima/embaixo, direita/esquerda, dentro/fora, alto/baixo, rápido e lento. Estimula também a lateralidade, fornecendo estruturação tempo/espaço em relação a si mesmo, ao seu animal, aos outros animais e as demais pessoas envolvidas no processo.

(Desenho: Gabriela Bardini)

Apesar de ser uma terapia bastante recomendada, ela tem algumas contra-indicações ou restrições, como quase tudo nessa vida. Por isso, é imprescindível que o paciente passe por uma avaliação médica que ateste as condições e também é recomendada uma análise psicológica e fisioterápica do futuro praticante. Também não é recomendada para pessoas com alergias aos animais e com restrições ortopédicas.

(Desenho: Gabriela Bardini)

Contudo, a equoterapia é fundamental para a vida das pessoas com deficiência que podem realizar o tratamento, pois na prática a terapia mexe com todos os movimentos da pessoa. Trazendo benefícios enormes para a coluna e para as pernas. Sendo excelente também para a parte psicológica, pois a oportunidade de ter contato direto com os animais acaba refletindo no psicológico da pessoa, trazendo uma grande melhora no humor e na vontade de realizar coisas novas.


(Desenho: Gabriela Bardini)

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