A Faxina e o Coração

Final de ano, época  em que a maioria das pessoas deseja fazer uma reforma em casa. Seja ela pequena, média  ou grande, todos querem deixar o ambiente mais bonito para as festas natalinas. Uma pintura aqui, um aumento em algum cômodo ali, a troca do piso acolá já fazem parte da rotina do povo (ao menos daqueles que podem pagar por isto). Também não podemos esquecer as compras não é mesmo, roupas e calçados sempre são bem vindos, os enfeites de natal não podem faltar, a troca das cortinas, uma TV super moderna, um aparelho de som bem chique, um computador de última geração e quem sabe um sofá, rack, geladeira, microondas, fogão. Qualquer tipo de móvel novo é bem vindo. Mas, como diz alguém que eu conheço: “Hummmmm...” antes de tudo isto temos que dar uma faxina geral na casa e é isto que estou fazendo (bom estou aumentando um pouco... risos), a limpeza é mais precisamente em meu quarto. Imagina o quarto de um homem solteiro (super organizado não é mesmo... risos), daquele tipo que está virado de pernas para o ar, aquela maravilha. Já perdi a conta de quanta coisa já encaixotei para dar um fim, desde disquetes inutilizáveis, passando por papéis que nem sei para o que serviram um dia, roupas que já foram da última moda, até fita cassete tinha perdida no meu “quarto organizado”. Resumidamente, todas essas coisas um dia tiveram um grande valor na minha vida, mas hoje já não servem para mais nada. Se formos pensar bem, isto também ocorre com a nossa vida, com o nosso coração e sentimentos. Estava lembrando aqueles amigos de infância, adolescência, juventude, do tempo da escola, do colégio, da faculdade,  do exército. Nem imagino onde e como estão hoje em dia. Às vezes, uns e outros a gente encontra na rua. A cidade cresceu muito é difícil isto acontecer.  Mas, daí é só um oi, um aperto de mão, tudo meio frio, não mais como antigamente. E os amores? Aqueles que julgávamos ser para a vida toda, a primeira namorada, os beijos escondidos, as juras de amor, o bilhetinho amassado com a mensagem que ninguém podia ver, tudo isto também ficou para trás. Como pode sentimentos que imaginávamos serem para sempre não significarem mais nada? Bom minha gente, é final de ano e o tempo é oportuno para a faxina ser feita, seja casa ou no coração. Guardemos apenas coisas boas (materiais ou sentimentais) que possam ser úteis e nos fazer bem hoje e no futuro. E o resto são apenas lembranças, daquilo que um dia já foi bom.

Luís Fernando Bruno