sábado, 26 de agosto de 2017

O Último Voo!







Um dia destes estava assistindo uma reportagem sobre a queda de um avião nos Estados Unidos, no qual morreram mais de uma dezena de pessoas.

Como sabemos o povo americano, como qualquer outro no mundo, tem defeitos e qualidades. E uma destas qualidades é não deixar pra lá, ou seja, eles são minuciosos e investigam tudo até descobrir o que aconteceu de fato.

O que poderia ter causado a queda do avião?

Várias testemunhas foram ouvidas e, todas repetiram a mesma história, do nada o avião mergulhou numa queda livre e explodiu ao se chocar com o chão.

Os especialistas analisavam tudo, tentando montar o quebra-cabeça, mas não estava nada fácil porque o avião foi quase que totalmente destruído. Mas, observando os destroços que restaram, eles perceberam algo de estranho, uma pista. A cauda do avião estava caída numa distância considerável do resto dos destroços. E mais ainda, em uma análise mais profunda descobriram que estava faltando o flap da asa esquerda. O que é um flap? São dispositivos sustentadores que consistem de abas, ou superfícies articuladas nas asas do avião, aumentando a sustentação e o arrasto ou resistência  da aeronave.

Onde foi parar o flap?

Depois de dias de busca, ele foi achado em uma área bem distante de onde o avião tinha caído. Os especialistas, analisando minuciosamente o mesmo verificaram que havia algo de errado. Mais precisamente com os parafusos que deveriam prender o flap a asa. De um lado estava tudo normal, mas do outro dava a impressão que não tinha nenhum parafuso preso ali.

O que teria ocorrido?

Um dos investigadores sugeriu que fosse verificada a última manutenção do avião e pasme, ela tinha sido feita exatamente no dia anterior ao acidente.

O passo seguinte foi ir à empresa, na qual a manutenção tinha sido realizada, para ouvir todos os funcionários envolvidos, para quem sabe, finalmente descobrir o que ocasionou a queda da aeronave.

Bingo, interrogando os funcionários, os investigadores descobriram que houve um erro gravíssimo, provocado por falhas de procedimentos padrões. Eles trabalhavam em turnos e o funcionário do primeiro turno soltou o parafuso dos flapes das duas asas, mas não anotou isto nos formulários e muito menos falou para o pessoal do turno seguinte. Quando da troca do turno, os novos operadores terminaram a manutenção na asa direita e quando iam começar o trabalho na esquerda, o supervisor disse que não havia mais tempo, eles tinham que liberar o avião urgentemente, a manutenção da asa esquerda ficaria para depois.

O final da história todo mundo já sabe, todos os passageiros e a tripulação morta por um erro básico de procedimentos.

Que ensinamentos tiramos  disto para o nosso dia a dia?

Quantas vezes não cometemos pequenas falhas, que acabam causando uma reação em cadeia, seja na vida pessoal ou profissional por erros nos procedimentos, ou nos trâmites que deveriam ser seguidos?

Por vezes coisas simples de serem resolvidas levam dias, meses, anos e até décadas para serem solucionadas e isto acaba afetando direta ou indiretamente a vida de muitas pessoas.

Portanto, foquemos mais nos procedimentos corretos e na objetividade, pois só assim daremos um grande passo no rumo da derrubada da burocracia e, num ambiente mais sombrio, evitar acidentes terríveis, como os narrados na história.


Luís Fernando Bruno

2017

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