Sobre Humanos e Cavalos
Hoje escreverei sobre
o uso do cavalo na recuperação da coordenação motora de certos deficientes
físicos: a equoterapia. Mas, antes vamos falar um pouco sobre a origem deste
animal tão conhecido e que tantos benefícios têm trazido ao Homem, desde tempos
remotos. Segundo estudos e pesquisas, o cavalo é um mamífero cuja evolução tem
iniciado a cerca de sessenta milhões de anos, sendo que um ancestral seu
originalmente habitava o norte da América e Europa, migrando depois para a Ásia
e daí para outros continentes. Com a evolução foram ganhando tamanho e sofreram
mudanças pelo corpo inteiro.
(Desenho: Gabriela Bardini) |
Os cavalos vivem
em torno de 25 a 30 anos e usam uma elaborada linguagem corporal para se
comunicarem uns com os outros. Durante muito tempo tiveram um papel importante
no transporte (tanto para montaria, quanto puxar carruagem) e também nos
trabalhos agrícolas. Até meados do século XX, exércitos usavam os cavalos nas
guerras. Por possuir quatro longas patas, também são perfeitamente adaptados a
diversos esportes e jogos, como corrida, pólo e provas de equitação.
(Desenho: Gabriela Bardini) |
Bom, falando
sobre a equinoterapia, ela é uma tarefa multidisciplinar e envolve médicos,
fisiatras, educadores, psicólogos, terapeutas ocupacionais e pediatras.
Baseia-se no aproveitamento das qualidades naturais do cavalo para buscar a
reabilitação integral do indivíduo, concebido como um ser psicossocial portador
de uma ou múltiplas deficiências, ou seja, pacientes com amputações, distrofia
muscular, lesões medulares, cegueira, surdez, autismo, síndrome de Down,
transtornos emocionais, dependentes químicos, retardamento mental e uma dezena
mais de patologias. A equinoterapia integra
harmonicamente saúde, educação e equitação. Suas origens são ancestrais e há
cerca de 70 anos foi retomada de maneira sistemática no norte da Europa,
enquanto os pioneiros na América são os brasileiros, que hoje contam com cerca
de 200 centros.
(Desenho: Gabriela Bardini) |
A equinoterapia
traz vários benefícios, como a melhora no equilíbrio, na postura, no desenvolvimento e na coordenação de
movimentos entre tronco, membros e visão, no estimulo da sensibilidade tátil,
visual, auditiva e olfativa pelo ambiente e pelos trabalhos com o cavalo. Traz
também o aumento da auto-estima, facilitando à integração social, a melhora da
flexibilidade, a promoção do relaxamento, o estimulo do bom funcionamento dos
órgãos internos. Ajuda a superar fobias, como a de altura, de animais, estimula
a afetividade pelo contato com o animal, melhora a memória, concentração e
seqüência de ações, motiva o aprendizado, encorajando o uso da linguagem. Ensina
a importância de regras como a segurança e a disciplina, o aumento da capacidade
de independência e de decisão em situações diversas. Promove a sensação de
bem-estar, motivando a continuidade do tratamento, proporcionando fixação de
conceitos: frente/trás, encima/embaixo, direita/esquerda, dentro/fora,
alto/baixo, rápido e lento. Estimula também a lateralidade, fornecendo
estruturação tempo/espaço em relação a si mesmo, ao seu animal, aos outros
animais e as demais pessoas envolvidas no processo.
(Desenho: Gabriela Bardini) |
Apesar de ser
uma terapia bastante recomendada, ela tem algumas contra-indicações ou restrições,
como quase tudo nessa vida. Por isso, é imprescindível que o paciente passe por
uma avaliação médica que ateste as condições e também é recomendada uma análise
psicológica e fisioterápica do futuro praticante. Também não é recomendada para
pessoas com alergias aos animais e com restrições ortopédicas.
(Desenho: Gabriela Bardini) |
Contudo, a
equoterapia é fundamental para a vida das pessoas com deficiência que podem
realizar o tratamento, pois na prática a terapia mexe com todos os movimentos
da pessoa. Trazendo benefícios enormes para a coluna e para as pernas. Sendo
excelente também para a parte psicológica, pois a oportunidade de ter contato
direto com os animais acaba refletindo no psicológico da pessoa, trazendo uma
grande melhora no humor e na vontade de realizar coisas novas.
(Desenho: Gabriela Bardini) |
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