Caros
amigos, como prometido volto a escrever sobre o uso da língua de sinais,
abordando mais precisamente sobre a sua utilização na escola.
Como
vimos em Communicare X: Linguagem de Sinais é através da língua gestual que as
pessoas surdas se comunicam com os outros membros da sociedade. Mas, como será
o seu uso na escola e no relacionamento entre surdos e ouvintes?
Para
começar a responder essa questão, devemos comentar que em todo país que se diz
civilizado, a educação é um direito de toda criança, adolescente ou adulto que
tenha ou não alguma dificuldade, sendo este direito garantido na constituição.
Apesar
disto, durante muito tempo, a alfabetização de crianças com algum tipo de
deficiência foi feita em escolas especializadas, como por exemplo, para
deficientes: auditivos, visuais, entre outros. Esse fato por um lado garantia
uma escola com profissionais capacitados para trabalhar com este público alvo.
Contudo, isto também privava a criança, adolescente ou jovem com deficiência de
socializar com os demais que não eram deficientes. O que poderia causar um
grande trauma na cabeça dos mesmos por se sentirem diferentes ou excluídos.
Para
minimizar o efeito desta situação, surgiu à ideia de se implantar a educação
inclusiva, baseada em uma escola onde cada um pudesse procurar a plenitude do
seu existir participando ativamente na construção de sua vida pessoal, tendo
uma existência feliz e de qualidade.
Com
certeza, este tipo de escola tem muitas vantagens para as crianças surdas,
sendo ideal não só para o seu desenvolvimento intelectual, como também em
termos sociais porque elas estarão se
comunicando diariamente com as crianças ouvintes.
Logicamente,
essa inclusão implica também em uma mudança de paradigmas, de conceitos e
costumes que fogem as regras do ensino tradicional. A ideia no papel pode ser
genial, porém, a escola deve estar adequada ao público a ser atendido, tendo
profissionais adequados e espaços direcionados às determinadas deficiências.
Respeitando também os limites do educando e desenvolvendo uma real integração
social na comunidade em que vivem.
O
professor deve orientar a classe tentando integrar, tanto quanto possível, a
criança surda com o resto de seus companheiros. Tentando evitar possíveis
situações constrangedoras e divisões dentro da sala de aula. Discutindo,
abertamente, sobre as diferenças, afinal nem os dedos das mãos são iguais.
Como
ocorre no início com toda mudança a ser implantada, ainda existe uma resistência de ambas as
partes, ou seja, família do aluno que fica receosa em deixar o filho enfrentar
essa nova situação de vida, como por parte das escolas que alegam não possuir
profissionais especializados ou acessos
e acomodações físicas adequadas para atender o novo público.
Contudo,
a inclusão é um caminho sem volta, somente através dela poderão ser superadas
as barreiras impostas pela exclusão social em seu sentido mais amplo.
Assegurando a todos o direito sagrado da educação, usando de todos os meios
possíveis para superar as dificuldades que por ventura possam surgir.
Respeitando as diferenças e procurando melhorar continuamente a vida do
educando.
Segundo
muitos especialistas, a inclusão deve ocorrer desde o ensino infantil,
estimulando assim o uso dos recursos que os alunos com deficiência auditiva
necessitam para ultrapassar as barreiras impostas pelo processo educacional.
Podendo com isso, futuramente, fazer o uso consciente tanto de seus direitos
escolares, como os capacitando a exercer a sua plena cidadania.
Concluindo,
muitos questionamentos acerca da inclusão ainda vão surgir. Fato este muito
positivo, visto que ideias, sugestões e críticas construtivas sempre serão bem
vindas.
Luís
Fernando Bruno
2013
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