A
Páscoa é um dos acontecimentos mais tradicionais para o povo cristão. Embora,
hoje em dia, muitos a tenham transformado num evento puramente comercial, ela
continua sendo uma data importante no calendário religioso. A Páscoa é
originária do hebraico Pessach, significando para o povo judeu a “passagem” da
escravidão para a liberdade, sendo uma festa cujo principal objetivo era
relembrar e comemorar a libertação de Israel. Para os cristãos, a Páscoa é a
passagem de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. É considerada a
festa das festas, a solenidade das solenidades e deve ser celebrada com muita
alegria.
O
cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa, representando a Aliança feita entre
Deus e o povo judeu. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães
ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do
grande feito de Deus em favor de seu povo, ou seja, a libertação da escravidão
do Egito. Moisés, escolhido por Deus para libertar o povo judeu da escravidão
dos faraós, comemorou a passagem para a liberdade, imolando um cordeiro. Para
os cristãos, o Cordeiro é o próprio Jesus, Cordeiro de Deus, que foi
sacrificado na cruz pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu:
"morrendo, destruiu nossa morte, e ressuscitando, restituiu-nos a
vida". É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com
um povo, mas com todos os povos.
Atualmente,
de todos os símbolos, o ovo de páscoa é o mais esperado pelas crianças. Nas
culturas pagãs, o ovo trazia a ideia de começo de vida. Os cristãos primitivos
do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a
Ressurreição de Cristo, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se
escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em alguns países,
como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. A substituição dos ovos
cozidos e pintados por ovos de chocolate é justificada segundo alguns pela
proibição do consumo de carne animal, por alguns cristãos, no período da
quaresma. Segundo outras versões, o surgimento da indústria do chocolate, no
continente europeu, fez o consumo de ovos de chocolate aumentar. O coelho
tornou-se outro símbolo popular da Páscoa, há várias versões para que esta
tradição tenha surgido, uma delas diz que ele simboliza a igreja, por ser ela
fecunda em sua missão de propagar os ensinamentos cristãos, a palavra de Deus,
para todos os povos sem distinção, ou seja, aumentar a quantidade de seguidores.
Assim, uma grande quantidade de pessoas é representada pela fertilidade do
coelho.
No
período pascal devemos refletir mais sobre o mistério da vida e morte de Jesus
Cristo, bem como sobre sua Ressurreição. Lembrarmos principalmente que ele fez tudo
isso por nós. É um tempo no qual, confiantes em Deus, provamos se a nossa
esperança cristã está firme e forte, pronta para resistir a qualquer tempestade
e tentações apresentadas pela vida e se estamos fazendo dela uma oferta, como o
Cristo fez, ou se nos deixamos ser envolvidos pelas forças de um mundo cheio de
egoísmo.
A
Páscoa é um tempo propício para avaliarmos se estamos seguindo a Cristo com
toda nossa força e coração, ou apenas de maneira superficial, ligados a bens
materiais e interesses temporais mundanos. Temos que vencer nossos temores e
medos, vivendo com mais serenidade, paz e harmonia. Aceitando e procurando
resolver de maneira racional todos os nossos problemas, sem nervosismo,
amargura, tristeza ou depressão que são um prato cheio para as forças malignas
agirem. Devemos crer no mistério de Cristo ressuscitado, vivendo com
generosidade, fraternidade e em comunidade junto de nossos irmãos. É um tempo
propício para demonstrarmos nosso compromisso de seguirmos fielmente os
ensinamentos de Jesus, assumindo verdadeiramente o espírito das
bem-aventuranças em ações cotidianas concretas.
Vivemos
em uma época onde o ter é mais valorizado que o ser, onde o ritmo de vida é
intenso e às vezes até desumano. Com isto parece ser utopia falar em
fraternidade, mas é justamente nessa hora que devemos ser mais fortes, alegres,
joviais, positivistas e menos vulneráveis às
dificuldades, formando um só corpo com o Nosso
Senhor.
Feliz
Páscoa a todos!
Luís
Fernando Bruno
2013
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